sexta-feira, 1 de abril de 2016

Quero falar sobre política, futebol e religião

            No Brasil, todos já conhecem a famosa frase: “sobre política, futebol e religião não se discute.” Nunca entendi, ao certo, a razão dessa afirmação que, para muitos, representa uma verdade incontestável. Lógico que não sou nenhum ingênuo e já presenciei fervorosas brigas de bar, entre membros familiares e colegas de trabalho quando se invoca um desses três assuntos. Isso principalmente quando os interlocutores apresentam pontos de vista diferentes.  No entanto, fico me perguntando será que não tem outro jeito?

            Sempre falamos que no marketing social um dos principais recursos a ser gerado para garantir a eficácia das intervenções é o capital social, representado pelas inter-relações pessoais que contribuem para adoção dos produtos sociais. Muitos confundem essa definição de capital social com interlocuções informais em nosso dia-a-dia. Um amigo meu que está terminando o seu doutorado na universidade de Harvard nos Estados Unidos e fez alguns estudos sobre desenvolvimento comunitário, constatou que muitas interlocuções informais apenas se resumem em “fofoca”. Ou seja, a comunicação social resume-se a anseios individuais de estar informado sobre a vida alheia.

            Sendo assim, são os atos de falar e ouvir que já podem ser considerados como uma verdadeira inter-relação pessoal. Em uma sociedade onde apenas os interesses individuais estão presentes, conversas sobre temas mais transcendentes nos afugentam. Não queremos nos magoar e questionar os nossos valores e muito menos entender os diferentes pontos de vista. Isso é considerado estressante demais, aborrecido demais.  “Jogar conversa fora” se torna então uma prioridade.

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