Há um parâmetro estabelecido entre
os especialistas que o orçamento para o item de avaliação deveria corresponder
entre 7 e 14% do total de um programa ou investimento social. O volume estaria
vinculado proporcionalmente a ganhos de escala de avaliação entre programas com
menos e mais recursos. Os programas com mais recursos acabariam diminuindo os
custos proporcionais com avaliação, pois instrumentos idênticos de avaliação
seriam utilizados em diversas unidades de centro de custo; enquanto, para
programas com menos recursos, o esforço seria o mesmo para a concepção de marco
lógico e ferramentas de pesquisa avaliativa, mas com aplicabilidade mais
restrita a apenas algumas unidades de centro de custo.
Essa relação pode ser melhor
demonstrada na tabela abaixo:
TABELA 1
Programa
|
Valor total de
orçamento
|
Unidades de Centro
de Custo
|
Proporção do
Investimento em Avaliação por Unidade
|
Proporção de
Avaliação do Total do Orçamento
|
Programa A
|
R$100.000,00
|
2
|
R$7.000,00
|
14%
|
Programa B
|
R$500.000,00
|
10
|
R$5.000,00
|
10%
|
Programa C
|
R$1.000.000,00
|
20
|
R$3.500,00
|
07%
|
No entanto, verificar-se que esse é um item negligenciado na maioria dos
programas sociais. Ou seja, recebe basicamente 0% do valor do programa,
independentemente do seu valor global. Nesse patamar, logicamente, não há nem o
que discutir. O programa caracteriza-se apenas por desembolsos financeiros, sem
nenhum compromisso com sustentabilidade, impacto ou verificação de retornos
sócio-econômicos.
A própria revista The Economist em sua edição de abril de 2008 (encarte
especial) indica que o futuro desafio da responsabilidade social corporativa
será a demonstração efetiva dos retornos alcançados por essas ações. Além
disso, organizações nacionais começam a demonstrar que é possível avaliar os
resultados financeiros, econômicos e sociais desses investimentos.
Em relação aos resultados financeiros, buscam identificar os níveis de
custo-eficácia das intervenções. Quantitativamente, demonstram que o mais
“barato” pode ter um custo maior no final do dia. Por exemplo, um programa que
tem um custo de R$100.00, mas com uma eficácia de apenas 40% do que se propôs
inicialmente a fazer; na realidade, apresenta um custo-eficácia de R$250,00; ou
seja, o valor do custo (R$100.00) sobre o valor da eficácia (0.4). No entanto,
outro programa com um custo bem mais elevado de R$150,00, mas com uma eficácia
de 90%, resultará em um custo-eficácia de R$166,67. Ou seja, um valor de custo
eficácia significativamente menor do que o primeiro programa.
Para os resultados econômicos, atribuem valores aos benefícios atingidos
pelos programas em valores monetários. Sendo assim, qual é o benefício
econômico garantindo-se a não repetência de um aluno na escola pública. Esse
valor pode ser facilmente relacionado a produtividade verificada no mercado,
conforme a tabela abaixo:
TABELA
2
Segmento
|
Remuneração Mensal
|
Aumento de
Produtividade Potencial Futura
|
5 anos de
escolaridade
|
R$420,00
|
N/A
|
6 anos de
escolaridade
|
R$520,00
|
24%
|
7 anos de escolaridade
|
R$620,00
|
19%
|
Sendo assim, o ganho mensal de R$100,00 de 5 para 6 anos de escolaridade
podem ser computados como benefício econômico e confrontados com os custos
econômicos do programa. Chegando ao ponto de demonstrar que para cada R$1.00, o
investimento trouxe retornos econômicos de, por exemplo, R$10.00, R$15.00 e
assim sucessivamente.
Finalmente, os resultados sociais estão relacionados aos ganhos de
equidade com o programa social. Grupos menos privilegiados que conseguem
efetivamente ter acesso a bens públicos e sociais, incluindo conhecimentos,
atitudes e práticas, contribuirão para uma sociedade menos injusta, com redução
de preconceitos, violência e intolerâncias. Isso também pode ser demonstrado
quantitativamente, com índices de concentração e diferenças sociais (ex. Índice
de Desenvolvimento Humano).
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