segunda-feira, 2 de maio de 2016

Técnicos e Políticos

                A ingerência política em questões técnicas já passaram todos os limites do incompreensível. Profissionais que possuem conhecimento técnico em diversas áreas, como saúde, educação, mineração, etc. estão, na maioria dos casos, reféns de políticos que não possuem qualquer experiência ou trajetória nestas áreas técnicas. Porém, os técnicos também devem ser responsabilizados, pois muitas vezes não querem participar do jogo político. Ou seja, ficam achando que não podem enfrentar os “poderosos” e o jogo de poder.

                Um país atinge um grau avançado de maturidade política e democrática quando suas instâncias executivas se tornam verdadeiramente autônomas. Isto depende da força de mobilização dos seus técnicos. No caso do governo, isto não acontece apenas pela privatização, mas pelo estabelecimento de autonomia de gestão de suas autarquias, institutos, fundações, etc. Não se pode mais pensar que um presidente indique qualquer pessoa para  cargos nas organizações públicas. Isto, de certa forma, confere poderes ditatoriais aos líderes de um país.

                A autonomia do Banco Central em diversos países é um exemplo claro deste avanço. Não se pode privatizar o Banco Central, mas sua autonomia confere segurança jurídica e executiva para a implementação de uma boa política monetária. Esta também deveria ser uma prática na área social. O estabelecimento de unidades autônomas de execução de políticas públicas confere a servidores, fornecedores, gestores e sociedade a possibilidade de maior controle das ações governamentais e seu engajamento para a melhoria das condições de vida da população. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário