A
ingerência política em questões técnicas já passaram todos os limites do
incompreensível. Profissionais que possuem conhecimento técnico em diversas
áreas, como saúde, educação, mineração, etc. estão, na maioria dos casos,
reféns de políticos que não possuem qualquer experiência ou trajetória nestas
áreas técnicas. Porém, os técnicos também devem ser responsabilizados, pois
muitas vezes não querem participar do jogo político. Ou seja, ficam achando que
não podem enfrentar os “poderosos” e o jogo de poder.
Um país
atinge um grau avançado de maturidade política e democrática quando suas
instâncias executivas se tornam verdadeiramente autônomas. Isto depende da
força de mobilização dos seus técnicos. No caso do governo, isto não acontece
apenas pela privatização, mas pelo estabelecimento de autonomia de gestão de
suas autarquias, institutos, fundações, etc. Não se pode mais pensar que um
presidente indique qualquer pessoa para cargos nas organizações públicas. Isto, de
certa forma, confere poderes ditatoriais aos líderes de um país.
A
autonomia do Banco Central em diversos países é um exemplo claro deste avanço.
Não se pode privatizar o Banco Central, mas sua autonomia confere segurança
jurídica e executiva para a implementação de uma boa política monetária. Esta
também deveria ser uma prática na área social. O estabelecimento de unidades
autônomas de execução de políticas públicas confere a servidores, fornecedores,
gestores e sociedade a possibilidade de maior controle das ações governamentais
e seu engajamento para a melhoria das condições de vida da população.
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