tag:blogger.com,1999:blog-58757332614522908542024-03-08T11:39:15.201-08:00Prove que o investimento social dá retornoAnonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.comBlogger27125tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-58084160533532947752016-07-11T13:34:00.001-07:002016-07-11T13:34:31.718-07:00O Que É Marketing Social?<div class="MsoNormal">
O conceito de
marketing social tem sido erroneamente divulgado, debatido e criticado no
Brasil. Os desafios para a solução de problemas sociais, amplamente
evidenciados durante a última década pela mídia e opinião pública,
representaram más e boas notícias para o país. As más relacionam-se a
banalização de conceitos e ferramentas estratégicas que vinham se desenvolvendo
e amadurecendo no contexto internacional ao longo dos últimos trinta anos.
Novos atores, sem prévia experiência na área social, incluindo representantes
do setor empresarial, promoveram de forma equivocada, novas “terminologias” que
não estão fundamentadas ou embasadas na experiência mundial e princípios
norteadores do desenvolvimento humano. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A idéia mais evidente
desse triste paradigma é a tradução do conceito de marketing social como
“estratégias para agregar valor social a imagem ou produtos de uma empresa com
fins de lucro”. Essa tradução e banalização do conceito de marketing social estão
EQUIVOCADAS! Para citar apenas duas definições reconhecidas internacionalmente
de profissionais da área<a href="file://server/f/Docs_Comunica%C3%A7%C3%A3o/Socialtec/Textos%20corrigidos%202001/Coluna/Miguel1.doc#_ftn1" name="_ftnref1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Arial","sans-serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-font-size: 10.0pt; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a>, o
marketing social é “o uso de planejamento de mercado, estratégia, análise e
técnicas gerenciais tradicionais e inovadoras para garantir o bem estar do
indivíduo e da sociedade” ou “é a gestão estratégica do processo de introdução
de inovações sociais a partir da adoção de comportamentos, atitudes e práticas
individuais e coletivas, orientadas por preceitos éticos, fundamentados nos
direitos humanos e na equidade social.” <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De qualquer forma,
mesmo com essas dificuldades no entendimento do real significado do marketing
social no Brasil, há boas notícias. Nunca o país se preparou e investiu tanto
para tratar as causas sociais de forma profissional, estratégica e desprendida
de uma visão de ganho coorporativo ou individual. Nesse sentido, o resgate dos
verdadeiros conceitos de marketing social é imprescindível para que a
transformação social se torne uma realidade em nossas comunidades e
instituições governamentais, empresariais ou da sociedade civil.<o:p></o:p></div>
<br />
<div>
<!--[if !supportFootnotes]--><br clear="all" />
<hr align="left" size="1" width="33%" />
<!--[endif]-->
<div id="ftn1">
<div class="MsoFootnoteText">
<a href="file://server/f/Docs_Comunica%C3%A7%C3%A3o/Socialtec/Textos%20corrigidos%202001/Coluna/Miguel1.doc#_ftnref1" name="_ftn1" title=""><span class="MsoFootnoteReference"><!--[if !supportFootnotes]--><span class="MsoFootnoteReference"><span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: PT-BR;">[1]</span></span><!--[endif]--></span></a> A
primeira citação e de Glenn Wasek, professor de marketing social da Harvard
University. A Segunda citação é uma co-autoria de Miguel Fontes, Diretor da
John Snow Brasil Consultoria, e Márcio Schiavo, Diretor da Comunicarte
Marketing Cultural e Social.</div>
</div>
</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-62823139299795166942016-06-29T05:52:00.001-07:002016-06-29T05:52:01.433-07:00Não há problema que não possa ser superado, nem tampouco sucessos que durem para sempre<div class="MsoNormal">
Assim como em nossa vida pessoal, as
organizações devem ter sempre em mente seus pontos fortes e fracos e
compreender bem as ameaças e oportunidades que o ambiente as oferece. Caso
contrário, não há como se preparar para futuros desafios e cobrir as
deficiências profissionais do presente. A ferramenta SWOT (em inglês traduzida
como Strengths, Weaknesses, Opportunities, and Threats) oferece a oportunidade
para que uma organização, ou até mesmo um indivíduo, comece um planejamento
futuro com o pé direito. Ou seja, é o primeiro passo para a definição de
estratégias claras e diretamente relacionadas com os problemas que devem ser
enfrentados pelas instituições.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não há problema que não possa ser
superado, nem tampouco sucessos que durem para sempre. Este deve ser o lema de
quem utiliza a análise SWOT para seu planejamento organizacional ou de
carreira. No entanto, em muitos casos, organizações perturbam-se tanto com seus
problemas rotineiros ou, do outro lado, se sentem tão acomodadas com seu
sucesso organizacional que preferem deixar de lado o uso deste tipo de
ferramenta estratégica. Parecem acreditar que tudo se resolverá com o tempo ou que
o sucesso será mantido por um longo período. Além disto, os problemas e avanços
organizacionais parecem estar acima de qualquer análise lógica ou mais simples da
realidade.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A análise SWOT se utiliza de uma simples
matriz 2x2, onde a primeira linha determina que de um lado os pontos fortes e
de outro os pontos fracos da organização. A segunda linha apresenta de um lado
(logo abaixo dos pontos fortes), as oportunidades, e do outro (logo abaixo dos
pontos fracos), as ameaças exógenas. A lista destes quatro itens será mais bem
definida com a participação ativa de todos aqueles que, de alguma maneira,
terão que agir estrategicamente para o fortalecimento organizacional e o
cumprimento de metas que serão estabelecidas. Neste caso, o melhor é deixar que
todos possam preencher, individualmente, todo o quadro para que depois uma
lista consolidada possa ser derivada de um consenso da equipe.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O produto final deste exercício será
uma lista que contribuirá para a priorização de esforços conjuntos, traduzidos
por objetivos específicos, estratégias e metas organizacionais a serem
desenvolvidos durante um ciclo determinado de tempo. Os próprios membros da
equipe que participaram do estabelecimento dos principais itens da análise SWOT
deverão também ser escolhidos para a coordenação da execução dos novos
objetivos organizacionais e gerência de suas respectivas estratégias e metas. Talvez,
durante a execução dos trabalhos, as metas não sejam alcançadas da forma exata
com que o planejamento foi elaborado, mas o esforço de planejamento não será em
vão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Peter Drucker, considerado por
muitos o “pai” do conceito de gerenciamento estratégico, gostava de falar da
importância do “controle pessoal a partir de práticas de mensuração e
estabelecimento de metas”. A análise SWOT oferece exatamente esta plataforma,
reduzindo os conflitos internos, pois os objetivos se tornam os principais
motivos de um trabalho eficaz. Tudo isto reduz o sentimento de concorrência
interpessoal nas organizações sociais e fortalece o posicionamento organização
perante os grandes desafios da humanidade: pobreza, destruição do meio
ambiente, pandemias e falta de ética. <o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-33018433259110001022016-06-14T04:40:00.001-07:002016-06-14T04:41:45.292-07:00Como se estabelecem as determinantes sociais<div class="MsoNormal">
Vendo alguns líderes políticos se
posicionarem na TV sobre casos de violência, alguns mencionam a baixa
escolaridade da população como a principal razão desses acontecimentos. Outros
especialistas indicaram problemas econômicos, como os baixos salários de
policiais e níveis altos de desemprego. Isto sem falar dos religiosos que
insistem em dizer que a principal razão é a falta de fé.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tenho que admitir que respeito todas
estas diferentes visões de políticos, especialistas e membros da comunidade
(religiosa ou não). No entanto, como podemos determinar a participação real de
todos estes fatores em relação a um problema social com atos de violência? A
única maneira é a aplicação de pesquisas sociais e desenvolvimento de modelos
analíticos que possam demonstrar esta associação ou relação explanatória. Com o
advento da revolução computacional, há ferramentas estatísticas que podem
estabelecer esta relação de forma quantitativa. Ou seja, podemos afirmar a
partir de uma margem de erro específica (assim como acontece em pesquisas de
intenção de voto) que algumas variáveis são verdadeiramente determinantes para
uma disfunção social.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Por exemplo, qual a participação de
variáveis relacionadas à educação, como nível de escolaridade, repetição de
série, falta de estímulo escolar, entre outras para uma variação maior ou menor
nos níveis de prevalência e incidência de violência entre jovens de 18 e 24
anos? Com o uso de modelos de regressão estatística, dependendo de correlações
específicas, pode-se chegar à conclusão de que estas variáveis explicam 0%, 10%
ou 20% da variação das taxas de prevalência e incidência de atos de violência.
Esta estatística é conhecida como R2 no mundo científico. Sendo assim, caso
expliquem menos do que outros fatores, como variáveis relacionadas a
dificuldades psicossociais e normativas, logicamente, o uso de recursos será mais
bem aplicado em tecnologias sociais que foquem estas outras variáveis.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O Brasil desenvolve diversos
projetos de pesquisa com reconhecimento internacional. No caso do setor de
saúde, por exemplo, somente o Brasil e Cuba conseguem investir aproximadamente
3% de todo o recurso destinado a saúde para pesquisa, entre os países não
desenvolvidos. No entanto, muito destes recursos são destinados para pesquisas
biomédicas. Ou seja, as pesquisas comportamentais, de políticas públicas e
sociais recebem pouca atenção dos gestores públicos. Esta atenção é ainda menor
no caso de empresas e ONGs que investem e atuam na área social. As poucas
pesquisas nesta área se limitam a demonstrar a dimensão do problema, mas não os
fatores determinantes. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
Duas exceções empresariais devem ser
apontadas como futuras referências nesta área: Durex (empresa da Inglaterra) e
Caixa Seguradora (empresa brasileira). No caso da Durex, pesquisas de
determinantes foram realizadas em diversos países do mundo sobre questões
ligadas a sexualidade, como no caso de relações sexuais sem proteção. No caso
da Caixa Seguradora, uma pesquisa foi realizada para a identificação das
principais determinantes de atos de violência física entre jovens de 18 a 24
anos do Distrito Federal. A promoção destas experiências poderá dar vazão ao
início de um novo ciclo de intervenções sociais, guiadas e fundamentadas pela ciência
e não somente pela intuição evasiva de diversos líderes.<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-90029609351244344192016-06-06T08:15:00.002-07:002016-06-06T08:15:14.473-07:00Por que o Brasil está abrindo a Caixa de Pandora?<div class="MsoNormal">
Dentro
do sistema político de relações sórdidas entre os setores público e privado, todos
os países do mundo possuem uma Caixa de Pandora. Como na mitologia grega, a
Caixa é um jarro onde estão depositados todos os males que podem existir. Na
história contemporânea, estes males estão representados pela corrupção,
mentiras, quadrilhas, conchavos e tantos outros. Não seria difícil demonstrar
que sociedades na maioria dos países são vítimas de todos estes males em maior
ou menor grau. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No
entanto, estas mesmas sociedades têm receio de que a abertura da Caixa de
Pandora possa trazer desarranjos econômicos e sociais. E, elas estão certas! É
exatamente o que isto acontece quando a Caixa de Pandora de um país é aberta.
Talvez, isto explique porque raramente uma sociedade está disposta a abrir o
jarro. Até porque a história nos ensina que o jarro geralmente é aberto durante
revoluções ou guerras civis. Ou seja, a desordem socioeconômica pode ser
completa. Raramente, abre-se o jarro seguindo a ordem legal e democrática.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não
precisamos ir muito longe para descobrir que estes males estão presentes em
sistemas mais autoritários e nos mais democráticos. O que acontece no sistema
político chinês não é muito diferente do que acontece no sistema político
estadunidense. Isto mesmo que tentemos relativizar algumas das suas práticas
nefastas. Ou seja, tentar dizer que em um país estas práticas são mais
frequentes do que em outro. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O
movimento que foi às ruas em 2013, o Ministério Público, nosso sistema
judiciário e a própria deterioração das chamadas “coalizões governamentais”
proporcionaram as condições ideais para que a Caixa começasse a se abrir. E,
parece que não tem mais volta. Se o Brasil conseguir ir até o fim, assimilar as
consequências socioeconômicas desta decisão e não deixar que haja ruptura
institucional, estaremos estabelecendo um novo parâmetro de renovação
democrática quase sem precedentes na história. </div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> Não
devemos nos preocupar com que o mundo está pensando sobre o Brasil ou se o
Brasil deixou de ser um país “atrativo” para novos investimentos. Segundo a
mitologia, após a saída de todos os males da famosa Caixa de Pandora, somente fica
a “esperança”. Esta nunca morre e nos renovará.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-77635130562476631392016-05-30T12:57:00.001-07:002016-05-30T13:06:54.695-07:00O Grande Equívoco do Dr. Drauzio Varella<div class="MsoNormal">
Foi com perplexidade que li a última coluna do Dr. Drauzio
Varella intitulada “Os Limites do SUS”. Os argumentos apresentados para que o
Sistema Único de Saúde se restrinja a população mais pobre não passam de mera
especulação sobre a realidade. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Lendo sua coluna, o Dr. Drauzio parece estar propondo como
sistema ideal de saúde o que já acontece no sistema público de educação
fundamental no Brasil. Todos sabem que o sistema público de educação
fundamental no Brasil não funciona, é sucateado, é mal administrado e com
resultados pífios exatamente pela segregação existente entre um sistema para
pobres e outro para ricos. Os mais ricos (incluindo a “pobre” classe média)
acabam pagando por serviços educacionais e criando pequenas ilhas privadas de
eficácia dentro de um universo de ineficiências públicas. O resultado não é
ruim somente por questões de aproveitamento, mas pela segregação social gerada.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A saúde pública é universal não porque o conceito é bonito,
mas porque a universalização traz benefícios econômicos e sociais para o país. Mesmo
levando em consideração o exemplo do fazendeiro que foi buscar um serviço
público de qualidade no Hospital das Clínicas, fica evidente que se o tal
fazendeiro conseguiu receber um tratamento de qualidade, os benefícios
econômicos que serão gerados para a sociedade (com sua produção agrícola e seu
trabalho) são significativos e muito maiores do que os custos efetivos do seu
tratamento. Modelos econométricos seriam capazes de facilmente demonstrar este
resultado para a sociedade.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Mesmo não concordando também que o programa de planejamento
familiar do Brasil “não saiu do papel”, sendo evidente a redução da taxa de
fertilidade em todas as classes sociais nos últimos trinta anos (e de forma
significativa entre mulheres com menor renda e escolaridade), a falta de acesso
a métodos anticoncepcionais está mais relacionada a problemas de gestão do
sistema governamental de saúde do que falta de recurso. Problemas com
cronograma de compras, burocracias excessivas, falta de servidores, etc.
comprometem o fluxo de oferta dos métodos anticoncepcionais nas unidades
administradas pelo governo. No entanto, políticas públicas de barateamento e
melhoria dos métodos anticoncepcionais, como no caso dos preservativos, vêm
propiciando cada vez mais acesso nas redes privadas. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Ou seja, o Sistema Único de Saúde, como o próprio nome diz, está
presente também na estrutura de oferta de serviços e produtos gerenciada pela
iniciativa privada. Isto ocorre tanto no monitoramento da qualidade e
concorrência quanto na criação de condições que ampliem o acesso da população
aos serviços da rede privada (ex. genéricos). Sendo assim, se os mais pobres
estão se beneficiando diretamente do fortalecimento das políticas públicas de saúde
dentro do sistema privado, por que os mais ricos (e a “pobre” classe média) não
podem também usufruir de serviços e produtos oferecidos pelo governo?</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As contribuições do Dr. Drauzio para a saúde dos brasileiros
são incontestáveis. Na verdade, de tudo que li sobre suas reflexões em relação à
saúde pública, raramente tenho qualquer discordância. Mas, seria importante esclarecer
que o Sistema Único de Saúde não é apenas uma estrutura governamental de
fornecimento de serviços e produtos de saúde, mas uma estrutura muita mais ampla
que oferece oportunidades de participação ativa da sociedade e do setor privado
para assegurar cobertura, qualidade, e o que é mais importante, direitos
fundamentais a todos os cidadãos. </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-83663138227260226232016-05-23T07:40:00.005-07:002016-05-23T07:40:52.649-07:00Equidade social: Solução vital para os problemas da previdência<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"> O
debate voltou com força, para tentar diminuir os rombos da previdência, as
soluções focam na igualdade da idade entre homens e mulheres, igualdade entre
trabalhadores rurais e urbanos e ampliar a idade mínima para a aposentadoria.
Isto além de ideias mirabolantes, como instituir um benefício base com valor
menor que o salário mínimo e a privatização completa do sistema previdenciário.
Com a transição demográfica, mesmo com
estes ajustes, a previdência vai quebrar.
O problema é que tudo isto nada mais é do que um paliativo para não
confrontar questões sociodemográficas e culturais mais profundas.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"> A taxa
de mortalidade dos homens é muito maior do que mulheres durante a fase adulta.
Embora nasçam mais homens do que mulheres no Brasil, os homens morrem muito
mais cedo. Em média, mulheres vivem 7,8 anos a mais do que os homens. A principal
determinante para a morte precoce de homens está relacionada à cultura do
machismo. Sendo assim, perde-se a força de trabalho dos homens que deveriam estar
contribuindo para o fortalecimento previdenciário. </span></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Essas são as questões principais:
a base da pirâmide demográfica está diminuindo rapidamente (com taxas de
fecundidade cada vez mais baixas) e na base da pirâmide, mulheres estão ficando
sobrecarregadas e pressionadas a aumentar sua produtividade (em casa e no
trabalho) em função da mortalidade e mortandade dos homens. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">A solução então está na equidade
social, principalmente de gênero e raça. </span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;">Programas que reduzam as altas
taxas de violência entre homens (principalmente mais jovens), que contribuam
para aumentar o papel social dos homens (em suas famílias e comunidades) e que
reduzam a discriminação são fundamentais. Qualquer solução tecnocrata que se
baseie apenas em receitas e despesas é um paliativo. Precisamos aprofundar o
debate e trazer para a agenda de discussão as determinantes socioculturais que
fazem qualquer sistema previdenciário governamental insustentável em longo
prazo no Brasil.</span></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 35.4pt;">
<span style="font-family: inherit;"><br /></span></div>
<span style="font-size: 11pt; line-height: 115%;"><span style="font-family: inherit;"> A lógica precisa ser invertida, pois não é a
sociedade que está à mercê do sistema previdenciário, mas sim o sistema
previdenciário está à mercê da nossa sociedade. Uma sociedade que não valoriza a equidade
social nunca terá um sistema previdenciário sustentável. </span></span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-61413817731971256422016-05-17T07:17:00.003-07:002016-05-17T07:17:35.447-07:00Já está na hora de reconhecermos os efeitos das transições demográfica, epidemiológica e climática<div class="MsoNormal">
Há
algum tempo, no Brasil, o social se restringia a questões relacionadas à
miséria, fome e doenças transmissíveis. Os avanços alcançados nessas áreas
foram impressionantes. Temos sempre que reconhecer o valor das novas políticas
públicas e sociais que deram à população brasileira oportunidades de participar
das riquezas econômicas do país e buscar seus direitos de cidadão. Estamos
muito longe da utopia de uma sociedade igualitária, mas bem perto de números
que comprovam que os avanços foram significativos: 1) o Brasil saiu do mapa da
fome da ONU; 2) conquistas significativas foram alcançadas para reduzir a mortalidade
infantil; 3) milhões de brasileiros saíram da miséria.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Tudo
isto é bem oportuno se levarmos em consideração os desafios que os
profissionais da área pública (não necessariamente governamental) terão que
enfrentar nas próximas décadas. São desafios de dimensões catastróficas se a
atuação dos agentes públicos (não necessariamente governamental) não for
rápida, estratégica e sustentável. As transições demográfica, epidemiológica e
climática estão alterando rapidamente o cotidiano dos indivíduos, famílias,
comunidades, cidades e país. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Não
há mais como negar o aumento significativo de idosos em relação ao número de
crianças do Brasil. Estamos envelhecendo e muito rapidamente. Parece até o
movimento de urbanização dos anos 70 que alterou em definitivo a composição de
nossa sociedade. Esta transição fará com que o sistema de previdência tenha que
ser revisto, assim como as relações econômicas, pois os mais jovens não
conseguirão criar as riquezas necessárias para sustentar a qualidade de vida
para todos os idosos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Estamos
vivendo mais, mas não necessariamente melhor. A incidência de doenças crônicas
aumenta na mesma medida em que as doenças transmissíveis diminuem. Logicamente,
ainda teremos que conviver com doenças transmissíveis como Zika, Dengue, H1N1,
tuberculose. No entanto, nada se compara ao aumento das doenças crônicas como diabetes,
doenças do sistema circulatório, obesidade, causas externas.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há
também a transição climática. Em todas as cidades, já se verifica o aumento das
temperaturas, a mudança da estação de chuvas e seca, aumento de fenômenos
climáticos. O Brasil que parecia ser imune a este tipo de fenômeno, hoje
convive com ciclones e tufões. Isto sem falar da poluição que mata milhares de
pessoas todos os anos e as queimadas que intensificam as doenças respiratórias,
principalmente as crianças.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Temos
que rever nosso conceito de social e público. Os sistemas de saúde,
previdência, educação, meio-ambiente e assistência social estão em perigo. A
proposta desastrosa de privatização para enfrentar estes desafios sociais e
públicos e outra que foca apenas na participação governamental já foram implementadas
nos países desenvolvidos. Não podemos seguir este mesmo modelo. O custo de
saúde nos Estados Unidos já representa mais de 17% do PIB do país e não é
sustentável. Ao mesmo tempo, os sistemas puramente governamentais da Europa e
Japão de previdência não conseguem mais assimilar o ritmo frenético de
envelhecimento e a baixíssima taxa de fertilidade. <o:p></o:p></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Qual
seria então a alternativa? Nas próximas postagens algumas sugestões.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-4001053730587575862016-05-09T05:46:00.001-07:002016-05-09T05:46:53.915-07:00Entre a liderança e gestão de ONGs: Quem manda afinal de contas?<div class="MsoNormal">
A estrutura de qualquer organização,
seja ela governamental, não-governamental, ou empresarial, deve estabelecer
claramente a diferença entre os âmbitos de liderança e gestão. No entanto, como
a maioria das organizações ou unidades de governo começam muito pequenas, essa
diferença geralmente não é estabelecida de forma adequada. Isso pode ser em
função dos poucos membros que compõem a organização e seus fundadores no
início, fazendo com que, muitas vezes, os seus líderes sejam os mesmos
encarregados de sua gestão. É comum visitar uma ONG no Brasil, por exemplo, e
verificar que os membros do conselho são os mesmos que monitoram e gerenciam as
atividades da organização no seu dia a dia. Ou seja, não há diferença, na
prática, entre os âmbitos de liderança e gestão.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Após verificar o crescimento da
organização, forças contraditórias começam a gerar conflitos para a definição
desses papéis. Os antigos líderes-gestores não querem ceder suas influências
sobre a gestão da organização e os novos gerentes, que porventura são
contratados, acham que, por receberem um papel de destaque na organização,
podem ir muito além de suas atribuições gerenciais ou de diretoria. No caso de
uma empresa ou organização governamental, essa dificuldade não é tão grande,
pois o poder está nas mãos de quem possui o capital financeiro ou capital
político. Sendo assim, os novos gestores estão mais propensos a acatar suas
atribuições específicas. Porém, este não é o caso das ONGs.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
No caso de ONGs, por se tratar de uma estrutura mais coerente com o
conceito de economia solidária, a propriedade é fundamentada em conceitos
abstratos de participação e envolvimento. Ou seja, a propriedade é de todos os
“stakeholders” da organização, de funcionários aos membros do conselho. Isso
sem falar dos “membros da comunidade”. Esta propriedade solidária traz
benefícios, logicamente, pois o poder está melhor distribuido entre os vários
níveis da organização. Oferecem-se oportunidades de envolvimento integral dos
funcionários no destino da organização, assim como do poder público e da
sociedade em geral.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
De qualquer forma, no caso específico do esclarecimento de papéis entre
os seus líderes (membros do conselho) e gestores (diretores executivos ou
técnicos), diversos dilemas são observados, sendo o principal deles: Quem tem o
poder de mando na organização? Esta é uma questão delicada e a única forma de
tratá-la é com bom senso em contínuo esclarecimento de papéis. Na verdade,
diversas referências bibliográficas deixam clara esta diferença: a liderança é
responsável pela definição da missão organizacional, do seu planejamento
estratégico, das relações institucionais, do monitoramento financeiro e fiscal
e da seleção ou demissão de diretores executivos e técnicos. Ou seja, está
vinculada ao conceito de “governança” da organização. Do outro lado, os
gestores são responsáveis pelo monitoramento e avaliação dos projetos e metas,
supervisão dos funcionários contratados, execução do planejamento estratégico e
reportes contínuos ao conselho sobre as atividades desenvolvidas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
Em base a essas atribuições, o poder de mando, claramente, difere entre
a liderança e a gestão. Os problemas, no entanto, começam a ocorrer quando
líderes e gestores cruzam algumas linhas tênues de mando. Ou seja, os gestores,
por exemplo, começam a achar que tem direito de falar por toda a organização
sobre assuntos relacionados a parcerias institucionais. Do outro lado, líderes
decidem ficar mais atuantes no dia a dia da organização, interferindo nas
atribuições de seus gestores. A melhor solução para este dilema é uma boa
conversa entre os líderes e gestores da organização para uma revisão dos papéis.
No entanto, a parte que claramente “cruzou os limites” deve ter humildade
suficiente para reconhecer seu erro e reavaliar seu papel na organização.<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-64759548885243271672016-05-02T05:36:00.000-07:002016-05-02T05:36:08.196-07:00Técnicos e Políticos<div class="MsoNormal">
A
ingerência política em questões técnicas já passaram todos os limites do
incompreensível. Profissionais que possuem conhecimento técnico em diversas
áreas, como saúde, educação, mineração, etc. estão, na maioria dos casos,
reféns de políticos que não possuem qualquer experiência ou trajetória nestas
áreas técnicas. Porém, os técnicos também devem ser responsabilizados, pois
muitas vezes não querem participar do jogo político. Ou seja, ficam achando que
não podem enfrentar os “poderosos” e o jogo de poder. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Um país
atinge um grau avançado de maturidade política e democrática quando suas
instâncias executivas se tornam verdadeiramente autônomas. Isto depende da
força de mobilização dos seus técnicos. No caso do governo, isto não acontece
apenas pela privatização, mas pelo estabelecimento de autonomia de gestão de
suas autarquias, institutos, fundações, etc. Não se pode mais pensar que um
presidente indique qualquer pessoa para cargos nas organizações públicas. Isto, de
certa forma, confere poderes ditatoriais aos líderes de um país. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A
autonomia do Banco Central em diversos países é um exemplo claro deste avanço.
Não se pode privatizar o Banco Central, mas sua autonomia confere segurança
jurídica e executiva para a implementação de uma boa política monetária. Esta
também deveria ser uma prática na área social. O estabelecimento de unidades
autônomas de execução de políticas públicas confere a servidores, fornecedores,
gestores e sociedade a possibilidade de maior controle das ações governamentais
e seu engajamento para a melhoria das condições de vida da população. </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-75760685417481616952016-04-18T04:55:00.000-07:002016-04-18T05:03:04.701-07:00Análise exploratória vs. Análise explanatória: Impactos para a sexualidade do brasileiro<div class="MsoNormal">
A revolução digital trouxe, nos últimos anos, conquistas para a
humanidade em todas as áreas do desenvolvimento. Na área social, não foi
diferente. Cálculos estatísticos de grande complexidade que levariam meses para
ser realizados, hoje, podem ser rapidamente executados com o aperto de apenas
um botão. Esses cálculos contribuem para a definição de associações existentes
entre problemas sociais (como uso de drogas, práticas de violência, não uso de
preservativo, hábito do fumo, etc.) e determinantes econômicas, sociais e/ou
comportamentais (como a pobreza, normas culturais e dificuldades de
relacionamentos). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Antes da revolução tecnológica, as pesquisas sociais focavam análises
exploratórias dos dados. Ou seja, a definição de perfis de comportamento e dos
próprios problemas sociais. Por exemplo, se constatamos que 14% de uma
população de jovens já experimentou o uso de drogas ilícitas em algum momento
de sua vida, qual a contribuição desse indicador para uma nova intervenção
social? Logicamente, esse indicador apresenta um perfil de comportamento. Isso
é importante para entendermos a magnitude do problema, mas não apresenta quais
as determinantes que influenciariam para uma variação significativa desse
número para mais ou menos. Será que jovens que conversam mais com seus pais
e/ou são do sexo feminino são menos vulneráveis a esse consumo?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essas são hipóteses importantes que precisam ser testadas para que um
problema social seja atacado corretamente. Isso reduz os custos de novas
intervenções sociais, dando mais foco e adaptando a linguagem. Se mesmo no caso
de vacinas, toda a população não precisa ser vacinada para um país atingir um
nível de 100% de cobertura, em função do conceito de “proteção herdada”, não é
de surpreender que outras questões sociais precisariam apenas focar em menos de
10% de uma população.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No entanto, onde estão essas vulnerabilidades? Como identificá-las? Será
que há apenas uma determinante fundamental para que um problema <st1:personname productid="social se" w:st="on">social se</st1:personname> estabeleça? Por
exemplo, será que todo o problema de violência urbana pode ser atribuído a
falta de educação da população, como ouvimos rotineiramente nas vozes de
políticos e leigos?<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A ciência social evoluiu bastante nos últimos anos para responder a essas
importantes perguntas. Na grande maioria dos casos, não há como se estabelecer
uma causa única para os problemas sociais. As pesquisas “causais” são
geralmente realizadas em laboratórios e estão diretamente ligadas a disfunções
físicas e mentais que causam determinadas doenças e/ou mortes. Ou seja, a
pesquisa “causal” é a busca pelo estabelecimento de um fator que explica 100%
de um fenômeno social. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sendo assim, mesmo levando em consideração que não podemos estabelecer
uma única causa para um problema social, um novo campo se abre de investigação
com a possibilidade do desenvolvimento de pesquisas de cunho explanatório. Ou
seja, pesquisas que consigam atribuir objetivamente a associação entre
determinantes sociais, econômicas e comportamentais e os problemas objeto de
investigação. Nesse caso, há de se vestir as “sandálias da humildade” e
compreender que sempre haverá fatores que vão além de um modelo estatístico
estabelecido. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na literatura internacional, alguns modelos considerados robustos e de
grande significância estatística apenas conseguem estabelecer níveis
explicativos de variação de um problema social até no máximo 10%. Logicamente,
o ideal é sempre tentar incorporar variáveis que aumentem esse valor, mas já devemos
considerar que um nível de explicação de 100% é simplesmente uma utopia. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para exemplificar com um caso recente de como se deve ter cuidado para
não confundir análises de cunho exploratório e análise de cunho explanatório,
um estudo recente realizado pela Durex Network sobre a sexualidade do
brasileiro foi bastante esclarecedor. Em um primeiro momento, foi perguntado
aos brasileiros quais seriam suas principais fontes de educação sexual. Como
demonstrado na pesquisa mundial da Durex Network sobre sexualidade, no ranking de principais fontes, amigos/colegas
“venceram” facilmente as outras fontes de educação com mais de 75% das
indicações. Foi interessante observar também que os pais e responsáveis ficaram
em 7º. Lugar com apenas 33% das referências.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<o:p> </o:p> </div>
<div class="MsoNormal">
Em base a esse
resultado de cunho exploratório, o que fazer? Logicamente, muitos especialistas
em <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname>
diriam que o foco de novas atividades educativas deveriam ser com os próprios
amigos e colegas, enfatizando talvez iniciativas como a de “multiplicadores do
conhecimento”. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No entanto, a pesquisa
da Durex Network (<a href="http://www.durexnetwork.org/">www.durexnetwork.org</a>)
foi além! Em base a uma análise explanatória, buscou-se identificar quais
dessas fontes teria realmente impacto sobre o nível de confiança dos brasileiros
em relação a sua sexualidade. Pois, não se pode afirmar que por alguém ser mais
exposto a uma fonte de educação, tornar-se-á mais confiante. Talvez essa fonte
não seja a mais eficaz.. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para surpresa dos
pesquisadores, apenas uma fonte se mostrou significativamente mais eficaz do
que todas as outras em relação a maior confiança sobre a sexualidade dos
brasileiros: os pais ou responsáveis. Ou seja, <st1:personname productid="com os amigos" w:st="on">com os amigos</st1:personname>/colegas
realmente se conversa muito sobre sexo, mas não há qualquer impacto objetivo
sobre níveis de confiança. Do outro lado, com pais e responsáveis não se
conversa muito, é fato, mas essa fonte é a principal determinante para explicar
níveis de variação positiva na sexualidade do brasileiro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
Nem tudo é aquilo que se vê. Um profissional de <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname> deve
sempre ter um perfil investigativo e validar os indicadores de pesquisa com
senso crítico. Pois, o objetivo é sempre impactar positivamente a vida das
pessoas e da comunidade. Ou seja, da próxima vez que tomar conhecimento sobre o
lançamento de uma nova pesquisa, nunca aceite seu resultado sem se perguntar...
Quais são as variáveis que realmente têm impacto para a melhoria da qualidade
de vida da sociedade?<br />
<div class="MsoNormal">
<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-82066458968912899322016-04-13T07:45:00.000-07:002016-04-13T07:45:01.034-07:00Somos uma economia de mercado privado, mas não público<div class="MsoNormal">
Somente
no último ano, consegui ganhar três causas na justiça de pequenas causas contra
empresas privadas no Brasil. Após diversas tentativas de tentar conseguir
solucionar meus problemas com estas empresas, não tive outra escolha e busquei
meus direitos na justiça. Foram processos contra problemas com serviços
prestados, multas abusivas e problemas trabalhistas de uma empresa. Ou seja,
tenho segurança jurídica na hora de contratar e buscar meus direitos como
consumidor no mercado privado.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No
entanto, na minha comunidade, as cinco reclamações que fiz em relação aos
serviços prestados por órgãos públicos nem se quer foram analisadas. Estou
apenas esperando o resultado para entrar na justiça. Além disso, me informaram
que nestes casos terei que entrar em uma instância específica em relação aos
serviços prestados pelo mercado público. Membros da minha família também já
entraram na justiça contra o INSS para reparar buracos no cálculo de
aposentadoria, mas nem se quer houve uma manifestação de sentença até o
momento. Ou seja, não tenho qualquer segurança jurídica na hora de solicitar e
buscar meus direitos como cidadão no mercado público.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Esta dicotomia
que vivemos no país está cada vez mais evidente. Não considero que nossas
diferenças sejam fundamentalmente entre classes sociais no Brasil, mas na
capacidade de utilizar ou não o mercado privado. O mercado privado deveria
funcionar apenas para o consumo mais supérfluo, mas hoje o utilizamos
prioritariamente para compensar as lacunas inadmissíveis dos serviços prestados
pelo mercado público. Acaba se tornando o único recurso, pois temos certeza da
dificuldade de garantir esses direitos no âmbito do judiciário.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
O mercado público também tenta impor a
população o conceito de “desacato a autoridade”, mesmo para seus serviços
prestados. Ou seja, o que era para ser um prestador de serviço, se coloca na
posição de “autoridade” (aquele com direito de fazer obedecer). Em alguns
órgãos públicos a lei de “desacato a autoridade” está estampada claramente para
inibir qualquer cidadão de reclamar seus direitos. </div>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"><br /></span>
<span style="font-family: "Calibri","sans-serif"; font-size: 11.0pt; line-height: 115%; mso-ansi-language: PT-BR; mso-ascii-theme-font: minor-latin; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-bidi-theme-font: minor-bidi; mso-fareast-font-family: Calibri; mso-fareast-language: EN-US; mso-fareast-theme-font: minor-latin; mso-hansi-theme-font: minor-latin;"> Não
consigo ver um país desenvolvido apenas pelo viés do mercado privado. Fico
feliz em ver que conquistas foram atingidas para dar dignidade ao consumidor e
segurança legal para o atendimento de seus <b>desejos</b>.
Porém, estou convencido que ainda estamos muito longe de um mercado público que
ofereça dignidade ao cidadão e segurança legal para o atendimento de suas <b>necessidades</b>.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-16380186444900768742016-04-04T04:45:00.001-07:002016-04-04T04:45:48.657-07:00As dimensões da avaliação de impacto social<div class="MsoNormal">
Há um parâmetro estabelecido entre
os especialistas que o orçamento para o item de avaliação deveria corresponder
entre 7 e 14% do total de um programa ou investimento social. O volume estaria
vinculado proporcionalmente a ganhos de escala de avaliação entre programas com
menos e mais recursos. Os programas com mais recursos acabariam diminuindo os
custos proporcionais com avaliação, pois instrumentos idênticos de avaliação
seriam utilizados em diversas unidades de centro de custo; enquanto, para
programas com menos recursos, o esforço seria o mesmo para a concepção de marco
lógico e ferramentas de pesquisa avaliativa, mas com aplicabilidade mais
restrita a apenas algumas unidades de centro de custo.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Essa relação pode ser melhor
demonstrada na tabela abaixo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center;">
<b><u>TABELA 1<o:p></o:p></u></b></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoTableGrid" style="border-collapse: collapse; border: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-yfti-tbllook: 480;">
<tbody>
<tr>
<td style="border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Programa<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Valor total de
orçamento<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Unidades de Centro
de Custo<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Proporção do
Investimento em Avaliação por Unidade<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.8pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Proporção de
Avaliação do Total do Orçamento<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Programa A<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
R$100.000,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
2<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
R$7.000,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.8pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
14%<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Programa B<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
R$500.000,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
10<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
R$5.000,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.8pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
10%<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
Programa C<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
R$1.000.000,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
20<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.75pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
R$3.500,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 95.8pt;" valign="top" width="128">
<div class="MsoNormal">
07%<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
No entanto, verificar-se que esse é um item negligenciado na maioria dos
programas sociais. Ou seja, recebe basicamente 0% do valor do programa,
independentemente do seu valor global. Nesse patamar, logicamente, não há nem o
que discutir. O programa caracteriza-se apenas por desembolsos financeiros, sem
nenhum compromisso com sustentabilidade, impacto ou verificação de retornos
sócio-econômicos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
A própria revista The Economist em sua edição de abril de 2008 (encarte
especial) indica que o futuro desafio da responsabilidade social corporativa
será a demonstração efetiva dos retornos alcançados por essas ações. Além
disso, organizações nacionais começam a demonstrar que é possível avaliar os
resultados financeiros, econômicos e sociais desses investimentos. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
Em relação aos resultados financeiros, buscam identificar os níveis de
custo-eficácia das intervenções. Quantitativamente, demonstram que o mais
“barato” pode ter um custo maior no final do dia. Por exemplo, um programa que
tem um custo de R$100.00, mas com uma eficácia de apenas 40% do que se propôs
inicialmente a fazer; na realidade, apresenta um custo-eficácia de R$250,00; ou
seja, o valor do custo (R$100.00) sobre o valor da eficácia (0.4). No entanto,
outro programa com um custo bem mais elevado de R$150,00, mas com uma eficácia
de 90%, resultará em um custo-eficácia de R$166,67. Ou seja, um valor de custo
eficácia significativamente menor do que o primeiro programa.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
Para os resultados econômicos, atribuem valores aos benefícios atingidos
pelos programas em valores monetários. Sendo assim, qual é o benefício
econômico garantindo-se a não repetência de um aluno na escola pública. Esse
valor pode ser facilmente relacionado a produtividade verificada no mercado,
conforme a tabela abaixo:<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div align="center" class="MsoNormal" style="text-align: center; text-indent: 36.0pt;">
<b><u>TABELA
2<o:p></o:p></u></b></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div align="center">
<table border="1" cellpadding="0" cellspacing="0" class="MsoTableGrid" style="border-collapse: collapse; border: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-padding-alt: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; mso-yfti-tbllook: 480;">
<tbody>
<tr>
<td style="border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
Segmento<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
Remuneração Mensal<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-left: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
Aumento de
Produtividade Potencial Futura<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
5 anos de
escolaridade<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
R$420,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
N/A<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
6 anos de
escolaridade<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
R$520,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
24%<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
<tr>
<td style="border-top: none; border: solid windowtext 1.0pt; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
7 anos de escolaridade<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
R$620,00<o:p></o:p></div>
</td>
<td style="border-bottom: solid windowtext 1.0pt; border-left: none; border-right: solid windowtext 1.0pt; border-top: none; mso-border-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-left-alt: solid windowtext .5pt; mso-border-top-alt: solid windowtext .5pt; padding: 0cm 5.4pt 0cm 5.4pt; width: 119.7pt;" valign="top" width="160">
<div class="MsoNormal">
19%<o:p></o:p></div>
</td>
</tr>
</tbody></table>
</div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
Sendo assim, o ganho mensal de R$100,00 de 5 para 6 anos de escolaridade
podem ser computados como benefício econômico e confrontados com os custos
econômicos do programa. Chegando ao ponto de demonstrar que para cada R$1.00, o
investimento trouxe retornos econômicos de, por exemplo, R$10.00, R$15.00 e
assim sucessivamente.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
Finalmente, os resultados sociais estão relacionados aos ganhos de
equidade com o programa social. Grupos menos privilegiados que conseguem
efetivamente ter acesso a bens públicos e sociais, incluindo conhecimentos,
atitudes e práticas, contribuirão para uma sociedade menos injusta, com redução
de preconceitos, violência e intolerâncias. Isso também pode ser demonstrado
quantitativamente, com índices de concentração e diferenças sociais (ex. Índice
de Desenvolvimento Humano).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<br /></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Todo esse raciocínio é apenas para demonstrar que é
possível avaliar os programas sociais dentro de uma lógica de investimentos. No
entanto, nada será demonstrado se ferramentas de avaliação não forem utilizadas
corretamente ou recursos para avaliação forem tratados como um “luxo desnecessário”. </span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-83706394121039155352016-04-01T10:46:00.001-07:002016-04-01T10:46:47.034-07:00Quero falar sobre política, futebol e religião<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"> No Brasil,
todos já conhecem a famosa frase: “sobre política, futebol e religião não se
discute.” Nunca entendi, ao certo, a razão dessa afirmação que, para muitos,
representa uma verdade incontestável. Lógico que não sou nenhum ingênuo e já presenciei fervorosas brigas de bar, entre membros familiares e colegas
de trabalho quando se invoca um desses três assuntos. Isso principalmente
quando os interlocutores apresentam pontos de vista diferentes. No entanto, fico me perguntando será que não
tem outro jeito?</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: inherit;"> Sempre
falamos que no marketing social um dos principais recursos a ser gerado para
garantir a eficácia das intervenções é o capital social, representado pelas
inter-relações pessoais que contribuem para adoção dos produtos sociais. Muitos
confundem essa definição de capital social com interlocuções informais em nosso
dia-a-dia. Um amigo meu que está terminando o seu doutorado na universidade de
Harvard nos Estados Unidos e fez alguns estudos sobre desenvolvimento
comunitário, constatou que muitas interlocuções informais apenas se resumem em
“fofoca”. Ou seja, a comunicação social resume-se a anseios individuais de
estar informado sobre a vida alheia.</span></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: inherit;"> Sendo assim, são os atos de falar e
ouvir que já podem ser considerados como uma verdadeira inter-relação pessoal.
Em uma sociedade onde apenas os interesses individuais estão presentes,
conversas sobre temas mais transcendentes nos afugentam. Não queremos nos
magoar e questionar os nossos valores e muito menos entender os diferentes
pontos de vista. Isso é considerado estressante demais, aborrecido demais. “Jogar conversa fora” se torna então uma
prioridade.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-44560488192232875352016-03-30T04:40:00.001-07:002016-03-30T04:40:36.337-07:00Pensamento do dia: Não temos como apagar algumas pessoas ou acontecimentos do nosso caderninho, mas temos como virar a página.Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-66078879349029844102016-03-28T06:09:00.002-07:002016-03-28T06:09:13.174-07:00Investimento Social Privado em Todas as Suas Dimensões<div class="MsoNormal">
Tentando me
colocar na posição de alguém que nunca teve uma experiência concreta na área
social, fico pensando se novas abordagens
promovidas por diversas organizações sobre o envolvimento do setor
empresarial para o fortalecimento de nossas políticas públicas fazem algum
sentido. Por exemplo, essa nova abordagem intitulada “investimento social
privado”, que nem podemos chamar de conceito, pois lhe falta base literária,
pode conduzir a um entendimento equivocado sobre a área social e, o que é pior,
à aplicação de recursos de forma ineficaz.
Como veremos adiante, o uso aleatório de recursos de empresas para
projetos pontuais na área social pode resultar em uma desagregação entre o
compromisso com a área social e a verdadeira missão institucional de uma
empresa.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Na verdade,
os desafios corporativos são mais amplos do que o papel externo ou comunitário
de uma empresa. Embora esse papel represente um importante desafio corporativo,
não é nem o único, nem tão pouco pode ser tratado de forma isolada. Segundo
diversos especialistas internacionais sobre o tema, há quatro desafios fundamentais
de responsabilidade social corporativa: a. desafios da prática individual em
uma empresa; b. desafios de conduta corporativa; c. desafios do seu
posicionamento externo; e d. desafios éticos no nível macropolítico. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para o
primeiro grupo de desafios, incluem-se a administração de práticas de conflito
de interesse, o equilíbrio entre vida no trabalho e pessoal, normas de resolução
de conflitos, integração da ética e cultura pessoal e do trabalho, entre
outros. Como uma empresa atua em relação a esses desafios é fundamental para o
fortalecimento de suas práticas no local de trabalho, mas também para
influenciar convivências harmoniosas de seus funcionários. Por exemplo, uma
empresa que atua de forma totalmente rígida e não se abre para o estímulo de
convivência harmoniosa com seus recursos humanos, promove também conflitos
individuais que acabam por refletir em casa e na família (ou seja, na
sociedade).</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Em relação
aos desafios de conduta corporativa, algumas organizações, como o Instituto
ETHOS, vêm atuando para avaliar esta conduta, incluindo análises de cultura
organizacional. Esses desafios, geralmente, relacionam-se com a utilização e
perfil dos recursos humanos de uma empresa, suas práticas comerciais (corruptas
ou não), a degradação do meio-ambiente, entre outros. De qualquer forma, mais
uma vez, esse grupo de desafios também reflete em toda a sociedade. Ou seja,
investimentos para a criação de uma cultura corporativa socialmente
responsável, mesmo com ênfase endógena ou diretamente relacionada a suas
práticas comerciais e de produção, estão relacionados ao bem comum.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Talvez, o
grupo de desafios que tem chamado mais atenção nos últimos anos relaciona-se ao
papel externo da empresa junto a comunidades. Para isso, diversos institutos e
fundações de empresas foram criados. Toda a abordagem de investimento social
privado fomenta a criação de estruturas organizacionais mais independentes para
uma atuação externa mais “efetiva”. No entanto, sabe-se que a responsabilidade
empresarial vai muito além de investimentos em comunidades. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
Há outros desafios relacionados a
práticas de marketing (que influenciam diretamente comportamentos de públicos
adotantes), integração tecnológica, orientação da missão, visão e valores
corporativos, entre outros. Do que adianta, por exemplo, investir recursos para
o melhoramento dos níveis de escolaridade em uma comunidade específica, quando
se investem milhões no estímulo de práticas anti-sociais, como abuso de bebida
alcóolica, sexo sem conhecimento ou uso de tabaco. Neste sentido, o melhor
investimento social privado, seria anular essas práticas de marketing
comercial, não sendo necessário qualquer investimento em projetos comunitários.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Finalmente,
um outro grupo de desafios relaciona-se ao posicionamento ético no nível macro.
Não há como negar que qualquer prática privada está diretamente relacionada a
alguma lei, norma ou política pública. A total independência da prática privada
é pura ilusão. A compreensão desse eixo macro da importância do bem público é
ainda escassa na maioria das empresas. Como a empresa consegue compreender a
importância do fortalecimento de políticas públicas, contribuindo em sua prática
comercial para a não violação de conquistas históricas de toda a população.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
De uma
forma geral, tudo isto representa também um grande desafio para a abordagem de
investimento social privado. Estariam as organizações que promovem esta
abordagem prontas para estimular uma integração com uma estrutura ampla de
desafios sociais corporativos? Ou será que teremos que continuar convivendo com
a visão de que uma estrutura organizacional independente de investimentos
sociais privados é suficiente? </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-41639712272674677522016-03-22T06:39:00.002-07:002016-03-22T06:39:26.143-07:00“De cima para baixo” não funciona na administração pública<div class="MsoNormal">
Além da
clássica diferença entre administração pública e privada, em que na primeira o
gestor apenas pode fazer aquilo que está previsto em lei e que na segunda o
gestor pode fazer tudo aquilo que a lei não proíbe, é importante ressaltar que
a forma de aplicação das ferramentas de mudança organizacional também é
diferente. Na administração pública, as mudanças realizadas de cima para baixo
são desastrosas. A elaboração de decretos, portarias e leis sem a participação
de duas partes interessadas fundamentais, servidores e sociedade, está fadada
ao fracasso. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Muito
se fala que administrar o setor público é o mesmo que administrar uma casa ou
uma empresa. Isto não é verdade! Muitos gestores públicos apenas dizem isto
para simplificar o entendimento da opinião pública sobre cortes de gastos e
aumento na arrecadação. Muitos dos gastos do governo estão atrelados a leis
específicas e não há grandes manobras para mudança. Isto em função de leis
previdenciárias, de assistência social, saúde, educação, etc. Seria como dizer
para uma dona de casa, corte os gastos, mas, por lei, não pode mexer no
orçamento de alimentação, plano de saúde e na mensalidade da escola de seus
filhos. </div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para que reformas funcionem no setor público,
quanto maior a participação de servidores e sociedade melhor. Um exemplo disto
é a reforma da previdência. Lógico que o sistema previdenciário brasileiro
necessita de reformas urgentes, mas isto não será atingido com uma “canetada”.
Um plano de consenso com a sociedade e servidores é a melhor alternativa para
que esta mudança ocorra sem a necessidade de recorrer aos tradicionais
mecanismos de clientelismo entre o executivo e o legislativo (aliás, a
população já não aguenta mais isto). Ou seja, antes de anunciar propostas “de
cima para baixo” em uma eventual mudança previdenciária, um ciclo de debates
com a sociedade e servidores é essencial para amadurecer as sugestões de
ajustes. </div>
<br />
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Verdadeiros
gestores públicos que sabem mediar o debate e buscam consenso para mudança no
Estado em torno de propostas técnicas bem fundamentadas serão sempre os mais
bem sucedidos. Esses gestores participam ativamente desses debates, trazendo ideias
e fundamentando seus argumentos. Os gestores de gabinete, ao contrário, pensam
que sabem mais e que não precisam gastar seu tempo com discussões desnecessárias.
Entretanto, ao final de sua gestão, acabam reféns de suas próprias armadilhas
sem deixar qualquer legado.</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-51351299974876652382016-03-21T06:17:00.000-07:002016-03-21T06:19:23.237-07:00Novo vídeo da série sobre Mercado Social da JohnSnow. Confira:<a href="https://www.youtube.com/watch?v=emkijtiM5C0">https://www.youtube.com/watch?v=emkijtiM5C0</a>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-87398383170766218032016-03-21T05:04:00.001-07:002016-03-21T05:04:44.576-07:00Qual a importância de um selo de responsabilidade social corporativa<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;">O valor de um selo
de responsabilidade social torna-se sem validade ou importância caso o conceito
ou causa a qual ele se refere não esteja claro ou internalizado na mente do
consumidor ou da empresa. Ou seja, o selo traz apenas um valor simbólico
para o compromisso de uma empresa com este conceito ou causa social. Sendo
assim, mais importante do que participar dos processos de comunicação e
conscientização sobre como uma "marca" está associada a uma causa
social, empresas devem estar dispostas a promover a causa social com
desprendimento de intenções e busca de melhoria de qualidade de vida da
sociedade. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR;"> Logicamente, não consigo enxergar
nem "perigo", nem muitos aspectos positivos na criação de selos para
ações socialmente responsáveis. Seria até ingenuidade pensar desta maneira.
Além disso, seria atribuir um peso a um valor simbólico que ele verdadeiramente
não possui. O envolvimento de empresas com causa sociais não traz benefícios
financeiros imediatos para a empresa. Todos os estudos que tentaram demostrar
esta relação causal entre o envolvimento da empresa em causas sociais e ganhos
financeiros (em função de melhor imagem ou outro aspecto de marketing)
constatam que isto simplesmente não acontece. Estudos que demonstram o
contrário, geralmente, apresentam sérios problemas metodológicos ou são
claramente tendenciosos. O conceito de investimento social privado, por
exemplo, deve ser sempre colocado dentro de uma perspectiva de
sustentabilidade organizacional e social de longo prazo e não de lucro
imediato em função deste envolvimento. Devo reconhecer que um selo
não contribui muito na discussão mais complexa e pertinente de sustentabilidade,
porém, também não interfere. </span><o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: "Verdana","sans-serif"; font-size: 10.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-font-family: "Times New Roman"; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;"> O
selo exerce uma função muito específica. Por exemplo, os correios de diversos
países criam novos selos a cada ano para envio de correspondências. No entanto,
a função do selo é apenas indicar que a taxa de transporte de uma encomenda ou
carta foi devidamente paga. Talvez, uma analogia com o caso de selos para ações
socialmente responsáveis poderia seguir o mesmo raciocínio. Novos selos serão
continuamente criados para estampar melhor o envolvimento de algumas empresas
com causas sociais, porém, a função desses selos será sempre indicar que a
empresa está também pagando uma taxa para dizer que se envolve na melhoria da
qualidade de vida da população na hora de empacotar seus produtos. No
caso dos correios, não sei distinguir bem a diferença entre um selo que estampa
a imagem de Tiradentes ou da bandeira nacional. Tenho que confesar que fico
mais interessado em abrir logo a minha correspondência ou produto e ver se
realmente o conteúdo contribui para melhorar o meu trabalho e bem estar.
Sendo assim, deixo a análise do valor dos selos para os colecionadores.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-12665272827268151842016-03-15T06:47:00.001-07:002016-03-15T06:48:06.272-07:00Seis Sigmas: Até onde vai o papel da comunicação massiva<div class="MsoNormal">
Os meios de
comunicação massivos despertaram países para uma linguagem em comum e promovem
tendências de forma generalizada. Talvez, este tenha sido o principal interesse
de governos para utilizar os meios massivos de comunicação com o objetivo de
informar a população sobre suas estratégias sociais. Campanhas de prevenção de
acidentes de trânsito, transmissão do HIV/AIDS, trabalho infantil, entre
outros, disponibilizam para toda a população a realidade do problema e formas
de resolvê-los a partir de mudanças de comportamento. No entanto, o que
acontece quando a população já se encontra bem consciente destes problemas e
formas de preveni-los, mas a realidade social continua a mesma? Ou seja,
elevados números de acidente de trânsito, elevadas taxas de transmissão do
HIV/AIDS, etc.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
De acordo
com um novo entendimento sobre a realidade social, o problema não mora na
“normalidade” do comportamento de toda população, mas na anormalidade de alguns
segmentos específicos. Um conceito inovador vem sendo trabalhado nos últimos
anos sobre a necessidade de “normalizar” a curva de comportamentos sociais.
Esse princípio vem da constatação de que sempre haverá a probabilidade
estatística de 5% dos comportamentos estarem fora do intervalo de confiança
para toda a população. Em termos estatísticos, isso quer dizer que há 95% ou 4
sigma de confiança de comportamentos preventivos estarem sendo seguidos pela
população. Sendo assim, o “estrago” que esta situação pode causar é muitas
vezes devastadora. Motoristas, por exemplo, fora do intervalo de confiança de
comportamentos, que decidem dirigir embriagados podem causar sérios danos a
ele/ela mesmo(a) como também a um número significativo de pessoas que se
encontram no intervalo de confiança de comportamentos. É importante ressaltar
ainda que se a probabilidade estatística aumentar para 10% ou 15% com redução
da cobertura de sigmas, sistemas importantes de saúde, previdência e educação
podem simplesmente entrar em convulsão.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Seis sigmas
(99.9997%) é o intervalo de confiança que indica que praticamente 100% dos
comportamentos estão dentro de um intervalo de segurança estatístico. Sendo
assim, é responsabilidade dos governos, sociedade civil e empresas tentar
atingir este grande desafio. No entanto, campanhas massivas atingem exatamente
quem já se encontra próximo ao intervalo de confiança da população, mas não
quem está fora dele. Neste sentido, a aplicação de estratégias de segmentação é
a mais consistente e identifica com clareza qual a mudança de comportamento poderá
trazer benefícios sociais mais significativos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
É
importante ressaltar, no entanto, que a era dos “seis sigmas” na área social
está apenas começando. Serão necessários recursos para a implementação de novos
sistemas de coleta de dados e análises estatísticas. Além disso, deverá ser
priorizado o uso eficiente de técnicas de gestão social, indo muito além da
elaboração de uma campanha social. Fazendo uma pequena analogia, campanhas
massivas de comunicação representam apenas uma limpeza superficial em todas as
“laranjas” (comportamentos) de uma grande caixa, porém não contribuem para a
identificação e retirada das “laranjas podres” (comportamentos anti-sociais). </div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-30662943350575719922016-03-07T04:48:00.004-08:002016-03-07T05:02:45.612-08:00Mar da Economia Mundial em Fúria: As Bússulas mais Necessárias do que Nunca<div class="MsoNormal">
Parece até filme! Quanto mais se
luta contra a tormenta, mais as chuvas e trovoadas econômicas se intensificam.
Ninguém sabe se os governos em todo o mundo terão condições de diminuir os
grandes solavancos econômicos. Tudo isso tem repercussão significativa também
para os investimentos socioambientais. Isso mesmo levando em consideração que a
sustentabilidade socioambiental do planeta é a única forma de iniciarmos um
novo ciclo de calmaria econômica.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No entanto, não podemos fugir mais
da tormenta! Temos que enfrentá-la. Sendo assim, alguns programas
sócio-ambientais poderão sair quase ilesos se conseguirem realmente demonstrar
a razão de sua existência. A avaliação de impacto sócio-ambiental funciona,
nesse momento, como uma verdadeira bússola que orienta os gestores sociais e
financiadores sobre como manter a embarcação de pé. Com indicadores precisos e
análises das intervenções, é possível demonstrar o real valor de manter esses
programas como geradores de grande riqueza econômica, principalmente para o
período de retomada (que com certeza virá). <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"> </span>Os investimentos socioambientais ainda são
avaliados superficialmente. <span lang="EN-US">Os valores atribuídos a
essas intervenções demonstram, muitas vezes, apenas a cobertura do
investimento, como o número de pessoas beneficiadas e áreas protegidas. </span>No entanto, não se utilizam de indicadores
científicos para verificar o real impacto gerado. Como componente, a avaliação
integra-se como parte essencial de um programa. A American Evaluation
Association estabeleceu que toda avaliação deve ser "mainstreamed",
ou seja, funcionar como bússola de programas socioambientais.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div style="text-indent: 35.4pt;">
No entanto, como muitos profissionais na área
social podem ser considerados "marinheiros de primeira viagem", ou
pela vontade de continuar navegando pelo mundo das transformações sociais, muitas
instituições com recursos reduzidos colocam este componente em segundo plano.
Não é nem preciso dizer para onde esses grandes ou pequenos "barcos"
acabam desembocando. Com efeito, muitos naufragam bem antes de chegar ao seu
destino final. Não sabem ao menos aonde querem chegar. Acreditam que chegando
até o ponto final da viagem, irão receber um certificado de reconhecimento pelo
árduo trabalho realizado durante a viagem.</div>
<div style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="text-indent: 35.4pt;">
Continuando com a associação entre avaliação e
uma bússola, é importante ressaltar que a avaliação nunca será elogiosa ou
crítica em relação aos programas. A função da avaliação é indicar direções e
facilitar a utilização de rotas alternativas. Ela não leva a prêmios, nem pode
ser reconhecida como uma auditoria de um programa. Pelo contrário, ela é uma das
partes estruturais básicas da implementação de um programa. Sem esse
componente, qualquer iniciativa estará fadada à famosa expressão "que seja
o que Deus quiser". Realmente, somente a luz divina poderá tirar o pobre
gestor dessa imensa escuridão.</div>
<div style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<div style="text-indent: 35.4pt;">
Há várias ferramentas de avaliação disponíveis
para os gestores sociais, como avaliação de processo, impacto, impacto social
etc. No entanto, a falta desse componente, em qualquer iniciativa, desqualifica
automaticamente um programa ou plano de marketing social. Ou seja, não existe programa
socioambiental eficaz sem o estabelecimento de um componente de avaliação.</div>
<div style="text-indent: 35.4pt;">
<br /></div>
<br />
<div style="text-indent: 35.4pt;">
A própria definição do conceito de <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname> como
"gestão estratégica para a transformação social" faz com que esse
componente se coloque como prioridade absoluta. Talvez, essa seja uma boa forma
de definir se um programa é concebido por parâmetros estratégicos ou não.
Apenas deveríamos perguntar: "o programa tem um componente de
avaliação?". Caso a resposta seja positiva, há uma chance do programa
implementar corretamente os conceitos de <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname>; no
entanto, caso a resposta seja negativa.... vou dar um conselho: saiam
imediatamente dessa "canoa furada"!</div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-31716241129983991142016-02-29T04:11:00.000-08:002016-02-29T04:11:30.478-08:00Beberrões e Cientistas<div class="MsoNormal">
<span lang="EN-US"> </span>Sempre me preocupou aquela velha frase do grande filósofo Sócrates que geralmente
ouvimos em conversas de botequim e de cientistas renomados: “Só sei que nada
sei!”. Embora soe bonito, sempre fiquei com um sentimento de contrariedade
perante a esta possível constatação. No entanto, descobri, com o passar dos
anos, que há uma diferença importante no significado desta frase dita pelos
beberrões em final de festa ou pelos grandes cientistas em seus momentos de
maior lucidez.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No caso dos beberrões, o significado
realmente está relacionado a este sentimento de impotência na busca pelo saber.
Ou seja, preguiça em estudar mesmo. É muito mais simples dizer que a natureza e
o mundo são realmente complexos e não há como saber realmente sobre nada. Sendo
assim, a rotina passiva pela busca do conhecimento se torna seu porto seguro.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No caso dos cientistas, o
significado não se relaciona ao sentimento de impotência, mas de curiosidade
constante na busca pelo saber e no rigor que se exige das conclusões geradas a
partir das diversas hipóteses sobre associações e causalidades. Todo o trabalho
científico parte de uma hipótese nula; ou seja, nada está associado a nada e
cabe à ciência provar o contrário ou constatar esta realidade. A ciência
realmente não sabe nada; porém, isto ocorre até que o conhecimento possa ser
gerado e aplicado para a melhoria da vida das pessoas. Não pode haver “chutes”,
mas métodos rígidos de comprovação.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sendo assim, a ciência não possui o
conhecimento prévio das associações entre diversas variáveis. Porém, cada vez
mais, domina ferramentas para obter tal conhecimento. São estas ferramentas
estatísticas e analíticas que contribuem para atingir este nível de
conhecimento. Enquanto os beberrões se esbaldam em mais um gole de álcool a
cada sentimento de impotência gerado pela constatação da falta do saber, os
cientistas se esbaldam na utilização de mais uma ferramenta para testar suas
brilhantes hipóteses sobre nosso mundo. Os beberrões podem até gerar algum
benefício econômico na mesa do bar com a geração de alguns empregos imediatos.
Porém, são os cientistas que promovem as grandes revoluções comportamentais e
culturais de nossas sociedades.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<br />
<div class="MsoNormal">
A opção de dar significado prático à
famosa frase cabe a cada um de nós. No mercado social, podemos encontrar
diversos gestores que poderiam se identificar facilmente com os beberrões ou
cientistas. E você? Tá mais para beberrão ou cientista?<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-71750680550783707472016-02-22T04:00:00.001-08:002016-02-22T04:06:55.626-08:00Marketing Social como Solução para os Desafios Socioeconômicos do Brasil no Século XXI<div class="MsoNormal">
Nunca houve e talvez nunca existirá
um início de século tão desafiador para o Brasil como o Século XXI. Isso
acontece basicamente por três transições socioambientais distintas que estão
atingindo o seu apogeu nestas primeiras décadas do século: a) transição
epidemiológica; b) transição demográfica; e c) transição climática. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Há trinta anos, as empresas,
governos e sociedades locais podiam se dar ao luxo de fazer novos empreendimentos
sem pensar nas conseqüências para o meio-ambiente, a falta de mão-de-obra ou os
custos da saúde pública. Durante essa época, o marketing comercial mostrava
toda a sua força, fazendo com que os habitantes de diversos países do mundo
modificassem seus comportamentos sociais, aumentando o número de fumantes,
consumo de álcool, direção agressiva, alimentação de alto valor calórico, etc.
Nada era mais importante do que o acesso a esse estilo de vida de consumo tão
vangloriado por Hollywood e seus artistas famosos.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
No entanto, tudo isso veio com um
custo significativo, o aumento exponencial da produção de bens de consumo
trouxe conseqüências avassaladoras para o meio ambiente, fazendo com que as
“commodities” e matérias primas se tornem cada vez mais caras em virtude do
aumento da temperatura global. Além disso, o sonho de consumo fez com que as
famílias se tornassem cada vez menores e em muitos países as sociedades já
estão diminuindo de tamanho. Esse será o caso do Brasil também a partir de 2030,
segundo o IBGE. E, finalmente, esses novos estilos de vida de consumo acabaram
trazendo um aumento significativo da incidência das doenças crônicas - muito
mais caras do que as doenças infecciosas e de tratamento longo. No Brasil, as
doenças crônicas já ultrapassaram significativamente as doenças
infecto-parasitárias como as principais
causas de morte e morbidade da população.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sendo assim, o Brasil experimenta
nestas primeiras décadas o pico dessas transições e caso não esteja preparado para lidar
com elas, estaremos comprometendo a sustentabilidade econômica de toda a nossa
população nas próximas décadas. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Como no caso de vacinas em que a
solução se encontra muitas vezes no entendimento do problema, fazendo com que
anticorpos sejam injetados nos seres humanos a partir do próprio vírus, o
marketing pode ser usado como a ferramenta de gestão estratégica para a
transformação social. Aliás, essa é a origem do marketing social. Quando
Manoff, Kotler, Roberto e outros autores cunharam o conceito de <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname>, o
principal objetivo era contribuir para a mudança de comportamentos anti-sociais
e anti-ambientais para a melhoria de qualidade de vida da população.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
As ferramentas de <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname>,
fundamentadas no claro entendimento dessas transições sócio-econômicas, reinterpretam
os conceitos clássicos de marketing para que seja aplicado na área social. Por
exemplo, no caso do famoso marketing mix (produto, preço, praça e promoção),
para o <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname>
o produto é fundamentalmente o conhecimento, atitude e/ou prática que se quer
promover junto à população. Como, por exemplo, o uso do preservativo ou direção
defensiva no trânsito. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Já no caso do preço, há a
necessidade de um entendimento amplo das principais barreiras financeiras,
psicológicas, culturais, políticas e ambientais para que esse comportamento
seja adotado. Por exemplo, muitos fumantes sabem as conseqüências avassaladoras
para sua saúde desse hábito, mas consideram que o preço de renúncia ao prazer
proporcionado pelo fumo é alto demais para a adoção de outro comportamento.
Isso também acontece no caso da alimentação, dos exercícios físicos, do
trânsito, etc.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A praça é estabelecida como a
estratégia de aproximação desses produtos sociais aos públicos adotantes. Não
adiante nada falar sobre o uso do preservativo, se não estiverem presentes nas
escolas, postos de saúde, entre outros locais não tradicionais, como as
farmácias e supermercados. Aliás, diversos governos estaduais e municipais devem
ser parabenizados pela iniciativa de trazer o debate sobre o uso dos preservativos
para as escolas secundárias.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Finalmente, a promoção é toda a
estratégia de aproximação dos públicos adotantes ao produto social. Fazer com
que comportamentos saudáveis se tornem algo prazeroso e de “status” são algumas
abordagens de comunicação fundamentais para a correta promoção do produto
social. Ou seja, apenas a promoção dos males causados pelos comportamentos
anti-sociais e ambientais é uma estratégia bastante restrita e com pouco
impacto para o público-adotante em potencial.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: "times new roman" , "serif"; font-size: 12.0pt;"> O
Brasil é conhecido mundialmente por suas estratégias de marketing comercial e
promoção de produtos. Agências com profissionais altamente criativos e
dedicados conseguem fazer com que diversos públicos se interessem por qualquer
tipo de produto. No entanto, deixamos para os burocratas de plantão a tarefa de
tornar comportamentos sociais interessantes e objetos de desejo. Logicamente, a
conseqüência é que esses comportamentos não são adotados a não ser nos casos de
penalidades específicas, como as multas. Precisamos de profissionais de <st1:personname productid="marketing social" w:st="on">marketing social</st1:personname> que
tragam para esse mercado seus talentos e sua energia para que o país se prepare
para as grandes transformações socioambientais desse início do século.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-69066720739800808372016-02-15T03:31:00.001-08:002016-02-15T03:31:20.965-08:00Marketing Social para o Gerenciamento de Conflitos<div class="MsoNormal">
Muitos acreditam que o
gerenciamento de conflitos é uma matéria que não se deve aprender na escola,
mas sim no cotidiano ou no ceio familiar. No entanto, como se preparar para
possíveis perdas durante a vida como resultado de conflitos pessoais,
profissionais e financeiros? Será que o mundo ou a família está preparado(a)
para ensinar como um indivíduo deve proceder para a resolução de conflitos? Os
indicadores sociais que se relacionam de alguma forma com conflitos – por
exemplo, violência entre adolescentes ou violência doméstica, parecem indicar
que a maioria dos indivíduos não estão preparados para lidar com seus conflitos.
<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Aprendi em minhas
aulas sobre diplomacia durante a faculdade que as negociações entre duas nações
vão até onde não se impõe o uso de força para a resolução de conflitos. Quando
isso acontece, os negociadores ou a diplomacia simplesmente saem de cena,
deixando que o confronto de forças entre as partes diga quem tem o “poder” de
imposição. Isso acontece também na vida privada e social, fazendo com que a
aniquilação do adversário se torne o objetivo central de uma “missão”. O que
pareciam ser colegas ou afins em um determinado momento, tornam-se rivais e
inimigos mortais (amigo contra amigo, irmão contra irmão, marido contra esposa,
colega de trabalho contra colega de trabalho, organização social contra
organização social).<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Os principais motivos
para a incapacidade de gerenciar conflitos estão relacionados à falta de
entendimento sobre o que seja gerenciamento de conflitos, de canais de
comunicação claros para este fim e de capacitação sobre como proceder no caso
do surgimento de um conflito específico. Em relação ao primeiro motivo,
geralmente muita ênfase se dá sobre um determinado problema social e não a sua
causa. Por exemplo, é muito mais fácil se mensurar e falar sobre a violência
familiar do que ressaltar suas causas (como a falta de habilidade para a
resolução de conflitos domésticos). Estudos sobre conflitos são necessários
para um entendimento mais amplo de suas raízes e as principais situações ou
comportamentos que podem gerar atritos entre indivíduos e organizações. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Talvez, esses estudos
poderiam servir como fonte importante para a geração de canais de comunicação
para a resolução de conflitos. Os canais de comunicação, atualmente, servem
mais como canais de informação; ou seja, não oferecem a possibilidade de
interação entre os indivíduos. Isto acontece também no ceio familiar. Será que
pais sabem qual seria o canal de comunicação eficiente de diálogo com seus
filhos? Será que apenas a informação sobre “como foi seu dia hoje” é suficiente
para o estabelecimento de um canal de comunicação eficiente que possa trabalhar
os conflitos familiares? Quais são esses canais? Como devem ser trabalhados?
Ainda há muito o que se avançar.<o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Finalmente,
fraternidade, amizade, amor, fidelidade e compreensão são palavras importantes
para a convivência humana, mas qual o entendimento que se tem sobre esses
conceitos? Será que apenas são lembrados como dogmas religiosos ou no
imaginário do que seria o ideal de felicidade, mas que nada representam quando
surge um determinado conflito na vida real? O trabalho de sistematização de
formas e técnicas para o gerenciamento de conflitos é fundamental para o
fortalecimento de laços interpessoais e institucionais de toda a sociedade. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Para todos esses
pontos levantados, as ferramentas de marketing social (pesquisa, planejamento e
definição de marketing mix) podem auxiliar para que o trabalho de gerenciamento
de conflitos não fique apenas em um plano abstrato de intervenção. Além disso,
com a utilização dessas ferramentas, tecnologias sociais para a resolução de
conflitos podem ser identificadas, tirando do anonimato profissionais e
organizações sociais que já entenderam há muito tempo atrás que este é um tema
fundamental para a sociedade brasileira. De fato, algumas empresas, como a
Caixa Seguradora, começam a compreender a importância e concretude desta causa
e estão buscando formas de trabalhar e investir nesta importante área social. <o:p></o:p></div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: "Times New Roman","serif"; font-size: 12.0pt; mso-ansi-language: PT-BR; mso-bidi-language: AR-SA; mso-fareast-font-family: "Times New Roman"; mso-fareast-language: EN-US;">Quando a força bruta nos atinge (verbal, física ou
moral) nos vem sempre o sentimento de perda sobre uma relação, mas não se
consegue identificar ou lembrar o que poderia ter sido ou trabalhado de forma
diferente. A pergunta mais frenquente é: Como se chegou ou deixou chegar a este
ponto? O gerenciamento de conflitos necessita de um trabalho multi-setorial e
integrado, e a participação de empresas abre caminho para que os membros da
sociedade se entendam melhor e que profissionais possam ser mais produtivos.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-86398418477809728682016-02-12T09:42:00.000-08:002016-02-12T09:49:47.804-08:00Quem é o Agente Público?<div class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 54.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">-<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal;">
</span></span><!--[endif]-->VOCÊ.</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 54.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">-<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal;">
</span></span><!--[endif]-->Mas eu trabalho em uma empresa. O agente público
não seria alguém que passou em um concurso para trabalhar no governo?</div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 54.0pt; mso-list: l0 level1 lfo1; tab-stops: list 54.0pt; text-indent: -18.0pt;">
<!--[if !supportLists]--><span style="font-family: "times new roman" , "serif";">-<span style="font-family: "times new roman"; font-size: 7pt; font-stretch: normal;">
</span></span><!--[endif]-->NÃO, É VOCÊ.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal" style="text-indent: 36.0pt;">
Sempre fiquei intrigado com a
classificação de agente público como alguém que trabalha no governo. Serviço
público, funcionário público, escola pública, entre outras expressões, sempre
me pareceram associados, no senso comum, a governos. No entanto, o conceito de
público se refere basicamente a prestação de serviços e bens que devem ser
disponibilizados de forma a não restringir o uso de qualquer pessoa. Essa
restrição pode ocorrer, por exemplo, pela falta de pagamento ou necessidade de
exclusividade, como no caso dos bens privados. </div>
<div class="MsoNormal" style="margin-left: 36.0pt;">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Sendo
assim, a associação de público a tudo que se refere a governos é falsa. Talvez,
os governantes até queiram enxergar desta forma para que possam restringir a
participação popular no desenvolvimento de leis, melhoria dos serviços e bens
públicos, e controle do sistema judiciário. Ou seja, tentam “privatizar” ou
restringir o acesso a esses bens públicos para atender a seus próprios
interesses. Essa pode ser a principal razão, por exemplo, do corporativismo em
diversas instâncias governamentais.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
Qualquer
indivíduo pode ser um agente público, sem restrição. Não há necessidade de
fazer concurso, nem de se submeter a pleitos eleitorais. A “carreira” pública
pode acontecer em diversos âmbitos, sendo que ações no nível comunitário são as
mais sustentáveis e de maior impacto. Grupos feministas, gays, prostitutas e tantos
outros grupos de cidadãos brasileiros provam, todos os dias, como a carreira
pública pode acontecer de maneira ainda mais eficaz quando não nos restringimos
ao conceito de público com algo governamental. Colocam seus respectivos
destinos em suas próprias mãos e buscam a equidade social sem esperar que um
burocrata qualquer as(os) diga o que fazer ou se são merecedores ou não de
direitos socioeconômicos.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<div class="MsoNormal">
A saúde é
pública, a educação é pública e a assistência social é pública. No entanto,
esperar que o governo seja o único provedor destes bens públicos é ilusão.
VOCÊ pode e deve lutar pela equidade social. VOCÊ pode e deve buscar a melhoria
de condições da vida da população. VOCÊ pode e deve mudar o destino de nosso
país. Além disso, caso queira se engajar de forma estratégica no processo de
transformação social, saiba que muitas ferramentas e conceitos estão a sua
inteira disposição.</div>
<div class="MsoNormal">
<br /></div>
<span style="font-family: "arial" , "sans-serif"; font-size: 12.0pt;">Após uma releitura do que descrevo acima, descubro que este agente público
também sou EU.</span>Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0tag:blogger.com,1999:blog-5875733261452290854.post-11015233408499668082016-02-02T03:03:00.000-08:002016-02-12T06:13:17.040-08:00Esporte de rendimento é ciência, desenvolvimento social também deveria
ser<div class="MsoNormal">
Há alguns anos, durante o lançamento
de uma pesquisa sobre determinantes de violência entre os jovens do Distrito
Federal patrocinada pela Caixa Seguradora, tive a grata oportunidade de
conversar com um de nossos maiores atletas: o meio-fundista Hudson de Souza.
Sendo uma de nossas maiores esperanças para os jogos panamericanos na época,
perguntei qual seria o principal fator que leva um atleta a ser um grande
campeão. Com sua humildade característica, ele me respondeu: determinação! <o:p></o:p></div>
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Fiquei impressionado com sua
resposta rápida e clara e acabei descobrindo que na área social temos muito a
aprender com o esporte. Todo atleta que deseja obter resultados significativos
precisa estudar bem suas provas, modificar seus comportamentos e aplicar
conhecimento e novas técnicas a suas práticas esportivas. Tudo isto para
diminuir, muitas vezes, em segundos o término de uma prova e bater seus
próprios recordes. Sabe que completar uma prova em zero segundo seria
impossível, mas é a busca do impossível que os faz chegar cada vez mais perto
de marcas impressionantes para um ser humano. Um atleta de rendimento simplesmente não sai correndo como louco sem qualquer estratégia ou avaliação do seu rendimento.<o:p></o:p></div>
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Podemos aprender muitas lições com este tipo
de postura na área social. Sabemos que muitas taxas de problemas sociais, como
violência, repetência e abuso sexual, talvez nunca cheguem a zero por cento. No
entanto, podemos identificar quais são os fatores que levam a uma diminuição
destas taxas. Por exemplo, no caso de mortalidade infantil, sabemos que a
desnutrição é a maior causa para um aumento desta triste taxa. Além disto,
temos outros fatores como falta de envolvimento dos pais, falta de atendimento
pré-natal, etc. Ou seja, trabalhando bem estas determinantes, diversos países
já demonstraram que é possível a redução da taxa e bater recordes de
sobrevivência infantil. Pesquisadores de todo o mundo apontam estes
fatores e os gestores sociais de "rendimento" implementam os programas nas
comunidades.<o:p></o:p></div>
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Sendo assim, pobre do gestor social
(incluindo empresas, governos e ONGs) que não se utiliza da ciência para
estabelecer e adquirir o conhecimento sobre as determinantes dos problemas
sociais. Pensa que sabe praticar este “esporte”, mas não passa de um atleta
amador de final de semana. Pode até se sentir bem individualmente pela tal prática,
mas não contribui em nada para que seu país consiga atingir marcas
significativas de desenvolvimento social. Não está disposto a fazer sacrifícios
reais pela melhoria do rendimento escolar de suas comunidades, pela redução das
taxas de violência e diminuição da pobreza. <o:p></o:p></div>
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Hoje, mais do que nunca, nosso país
precisa de recordes e rendimento social. Precisamos acabar com as taxas de
analfabetismo que trazem tanta vergonha para nossos cidadãos. Precisamos
reduzir as taxas de violência entre jovens que causam quase 70% das fatalidades
na população entre 18 e 24 anos. Precisamos nos esforçar, ainda mais, para
reduzir as taxas de transmissão do HIV/AIDS e erradicar focos de epidemias de
doenças tropicais (malaria, dengue, zica, etc.). <o:p></o:p></div>
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E, foi assim, ao final do evento que
me despedi do Hudson dizendo: vou ficar na torcida para que você traga muitas
medalhas para nosso país durante os jogos panamericanos. E, ele me respondeu
com um singelo sorriso no rosto: eu também vou ficar na torcida para que as
empresas tragam mudanças significativas para nossas comunidades e país durante
a implementação de seus programas sociais. <o:p></o:p></div>
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Obrigado, Hudson, pela lição!<o:p></o:p></div>
Anonymoushttp://www.blogger.com/profile/15383904609423815879noreply@blogger.com0